segunda-feira, 4 de abril de 2011

Pois então...

Fazia tanto tempo, que já não me lembrava o quanto eu sempre transformei o ato de desenhar em uma espécie de cruzada pessoal rumo a algo que não faço idéia.
Consigo lembrar da sensação de desolamento, das auto-cobranças por não ter um trampo com a qualidade dos nomes de quem já não precisa provar nada a ninguém. Lembrei hoje o quanto encarava desenhar como a minha única maneira de ascenção, podia ser profissional, pessoal, espiritual, seja o que fosse. Era o meu modo de lembrar que eu não era um verme sem valor.
Hoje em condições diferentes, não sei se melhores ou piores, sentí de novo na pele as mesmas sensações, e lembrei o quanto não gostava nada daquilo.
Mas são outros dias. Hoje são contas pra pagar, frustrações à superar, mortos por quem ainda não chorei, e infelizmente ainda a comiseração alheia. Têm dias que nem mesmo GTA salva, bicho. Não é mole!

2 comentários:

  1. Então foi por isso vc se calou ontem? rs

    Brincadeiras a parte...

    sabe que nunca senti isso, vai ver é por isso que eu parei de desenhar, ai eu boto a culpa no Marcel Duchamp.
    Costumo dizer que depois de ter estudado Duchamp na faculdade não poderia fazer mais nada, e todas as minhas visitas aos museus de arte ou centros culturais com exposições de artistas plásticos ficaram extremamente desinteressantes, porque depois de duchamp só sobrou mesmo o Hélio e as Lygias... nada mais.

    Até o Ernesto Neto, minha última esperança, não foi assim um Duchamp.

    Eu acho que cheguei a pensar que um dia eu seria artista, mas os artistas de hoje estão na Globo, vide o Vik Muniz.

    O meu erro é não ter as mesmas ânsias do Godard. Que maravilha seria!

    Porém, sou apenas uma simples mortal que vai no cinema. Meu consolo é saber que nem todos os mortais podem assistir uma estréia do Godard.

    Contudo eu tenho a chave do enigma da nossa melancolia. Tudo é por conta do carnaval que esse ano caiu em Março.

    Depois de muito assistir ao Godard e Duchamp ainda me veio um ultimo suspiro de criatividade, que por sinal já ficou repetitivo.

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  2. Mas, ver os anseios de alguém que ainda acredita no que pode fazer, me parece um sinal de que um dia, quem sabe Matheus Souza possa fazer algo realmente Godariano, ou vai ver, considerando a facilidade do nome, o Marcel, um dia, pode ser o novo Marcel Duchamp rs.

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